Escândalo em Cascavel: operação revela novas vítimas em investigação contra padre e até arcebispo falecido

Cascavel voltou a ser palco de um dos casos mais delicados envolvendo denúncias de abusos dentro da Igreja Católica. Nesta quinta-feira (28), o secretário estadual de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Teixeira, esteve na sede do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) para detalhar os desdobramentos da “Operação Lobo em Pele de Cordeiro”, que apura crimes atribuídos ao padre Genivaldo Oliveira dos Santos, de 42 anos, preso no último domingo (24) por estupro de vulnerável.

Segundo a investigação conduzida pela delegada Thaís Regina Zanatta, até o momento foram identificadas sete vítimas relacionadas ao padre Genivaldo. Além disso, surgiram denúncias envolvendo o arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, que faleceu em 2021 em decorrência da Covid-19. Duas vítimas já foram confirmadas nesse contexto, entre elas uma menina de apenas três anos em 2008, período em que frequentava um Centro Municipal de Educação Infantil no Bairro Guarujá, administrado por irmãs da igreja. Um novo inquérito foi instaurado para apurar este caso, já que, na época, o processo havia sido encerrado sem explicações claras.

O secretário destacou ainda que a polícia apura a possível omissão da Igreja diante de denúncias antigas que, segundo relatos, já eram de conhecimento da instituição. A investigação pretende ouvir tanto gestores das administrações passadas quanto os atuais responsáveis, para entender por que as acusações só chegaram formalmente às autoridades agora.

A reabertura de inquéritos antigos e a identificação de novas vítimas reforçam a gravidade das denúncias e levantam questionamentos sobre a responsabilidade institucional na demora para trazer os fatos à luz. O trabalho do Nucria deve seguir nas próximas semanas com novas oitivas e coleta de provas.