PM denuncia e reforça omissão do Conselho Tutelar após homicídio a pedradas em Cascavel; PM irá buscar orientações no MPPR
Polícia Militar do Paraná afirma que conselheiro se recusou a atender adolescente de 14 anos envolvida em caso que começou como violência doméstica e terminou em morte.
A Polícia Militar do Paraná (PMPR) se manifestou oficialmente sobre o homicídio de Diego Pereira Monteiro, de 33 anos, morto a pedradas na madrugada de domingo (12), na região Norte de Cascavel. O caso, inicialmente tratado como uma ocorrência de violência doméstica, terminou em tragédia e levantou questionamentos sobre o funcionamento do sistema de proteção à infância e adolescência no município.
De acordo com o tenente-coronel Divonsir de Oliveira Santos, comandante do 6º Batalhão da PM, os policiais foram acionados para atender uma briga familiar e se depararam com um cenário de extrema violência. Um homem que tentou intervir na situação também foi atingido por uma pedra. O suspeito, de 22 anos, foi preso em flagrante e responderá por homicídio qualificado.
Durante o atendimento, os militares descobriram que uma adolescente de 14 anos estava envolvida na ocorrência. Ela relatou aos policiais que vinha sendo explorada sexualmente desde os 13 anos e que sua própria mãe teria intermediado a prostituição. O homem preso, segundo a PM, seria a pessoa que a “acolheu” após ela fugir de casa.
A Polícia Militar acionou o Conselho Tutelar Leste, responsável pelo plantão da área, para realizar o acolhimento da adolescente. No entanto, conforme relato da corporação, o conselheiro de plantão teria se recusado a comparecer ao local, mesmo após ser informado sobre a gravidade da situação. A alegação, segundo a PM, foi de que seria necessário contatar primeiro a família da menina — considerada totalmente desestruturada pelos agentes.
Diante da recusa, a Polícia Militar registrou o fato em boletim e informou que encaminhará o caso ao Ministério Público, solicitando orientações formais sobre como proceder em situações semelhantes. A corporação destacou que seu papel é garantir a segurança, mas que o acolhimento e a proteção de menores são responsabilidades de outros órgãos.
O comando do 6º Batalhão também afirmou que um relatório está sendo elaborado para registrar falhas recorrentes no atendimento do Conselho Tutelar. O documento será enviado às autoridades competentes, com o objetivo de esclarecer de quem é a atribuição legal em casos de omissão.
Após a repercussão do caso, o Conselho Tutelar enviou um ofício à PM pedindo informações detalhadas sobre a ocorrência, incluindo nomes da adolescente, dos policiais e do conselheiro envolvido. Um inquérito deverá ser instaurado para apurar todos os fatos.
SAIBA MAIS - Prefeitura de Cascavel se manifesta sobre falha do Conselho Tutelar em caso de homicídio
SAIBA MAIS - Delegacia de Homicídios detalha investigação sobre a morte de homem a pedradas no Bairro Periolo em Cascavel
SAIBA MAIS - Homem é morto a pedradas na Avenida Corbélia, no Bairro Periolo, em Cascavel