20 de outubro de 2025

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Cascavel cria programa inédito para frear a “adultização digital” de crianças e adolescentes

Nova lei municipal estabelece ações educativas, canais de denúncia e data anual de conscientização para proteger jovens da exposição precoce nas redes sociais.

Cascavel cria programa inédito para frear a “adultização digital” de crianças e adolescentes
© Bruno Peres/Agência Brasil

A Câmara de Cascavel aprovou o PROJETO DE LEI Nº 145 DE 2025, que institui o Programa Municipal de Combate à Adultização, voltado à proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.

De autoria dos vereadores Fão do Bolsonaro/PL, Everton Guimarães/PMB, Tiago Almeida/REPUBLICANOS e Rondinelle Batista/NOVO, o programa tem como objetivo conscientizar, prevenir, orientar e garantir a segurança digital das novas gerações, prevenindo a exposição precoce de menores a conteúdos e comportamentos próprios da vida adulta.

O texto define adultização digital como qualquer ação que exponha crianças e adolescentes a conteúdos sexualizados, violentos ou impróprios à faixa etária, que utilize a imagem de menores em atividades de marketing e redes sociais de forma exploratória ou que os submeta a papéis e responsabilidades típicas de adultos: como assédio, exploração de trabalho e incentivo a condutas de risco no ambiente virtual.

Entre as diretrizes do programa estão:

Realização de campanhas educativas sobre os riscos da adultização digital;

Capacitação de profissionais que trabalham com crianças e adolescentes;

Incentivo ao uso responsável da internet e das redes sociais;

Apoio a canais de denúncia de exploração digital, cyberbullying e outras formas de violência;

Integração entre poder público e sociedade civil na proteção infantojuvenil.

Além disso, a lei cria o Dia Municipal de Conscientização e Combate à Adultização de Crianças e Adolescentes, a ser celebrado anualmente em 6 de agosto, data escolhida em referência à publicação de um vídeo do influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como “Felca”, que denunciou práticas de exposição indevida de menores nas redes sociais. O vídeo teve repercussão nacional, com quase 50 milhões de visualizações, e inspirou o debate que culminou na elaboração do projeto.

Como proteger seus filhos

Para fortalecer a proteção dos jovens nas redes sociais, especialistas orientam que os responsáveis devem configurar as contas como privadas, garantindo que apenas pessoas autorizadas possam ver fotos, vídeos ou mensagens, além disso, é importante que a idade informada nas plataformas seja verdadeira, visto que muitas não fazem verificação rigorosa. Também se destaca que pais e mães devem conversar abertamente com crianças e adolescentes sobre os perigos on-line, combinando regras claras de uso (por exemplo: com quem pode falar, quanto tempo usar o celular) e, quando necessário, utilizar ferramentas de mediação parental, como aplicativos que monitoram ou limitam o tempo de tela, rastreiam localização ou relatam o que está sendo acessado. Por fim, antes mesmo de permitir que uma criança use redes sociais, é essencial que os responsáveis avaliem com critério o que será postado: fotos ou vídeos de menores, mesmo postados por terceiros, podem ser usados indevidamente fora de contexto e expor os jovens a riscos como a adultização precoce ou exploração online.

/Luiz Felipe Max - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

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