27 de outubro de 2025

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Sobe de 13% para 38% total de consumidores que desistiram de importar devido à “taxa das blusinhas”, revela CNI

Imposto de Importação fez crescer de 22% para 32% o número de consumidores que procuraram um produto similar com entrega nacional.

Foto: Iano Andrade/CNI

Aumentou de 13% para 38% o total de consumidores que desistiram de comprar em sites internacionais por causa do custo com o Imposto de Importação. É o que destaca a pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus, e divulgada nesta segunda-feira (27). O levantamento compara dados sobre hábitos de consumo da população em maio de 2024 com outubro de 2025. 

Segundo o superintendente de Economia da CNI, Marcio Guerra, o impacto da taxação de 20% sobre as importações de até US$ 50 é positivo para a indústria brasileira, que está sujeita a condições desiguais de competição com outros países. 

“A implementação do Imposto de Importação é o início de um processo que busca trazer mais justiça e competitividade para a indústria nacional. No entanto, o imposto ainda está em um patamar muito aquém do necessário para chegarmos a esse equilíbrio, pois a carga tributária de outros países é muito menor que a nossa”, avalia. 

A desistência por causa do imposto chegou a: 

    51% entre as pessoas com ensino superior; 

    46% entre aqueles com 16 e 24 anos ou 25 e 40 anos; 

    45% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos;

    42% entre os vivem na região Nordeste. 

Segundo a pesquisa, a desistência por causa da “taxa das blusinhas” fez subir de 22% para 32% o número de pessoas que foram atrás de um produto similar com entrega nacional. O percentual de consumidores que procuraram um item parecido em loja física passou de 13% para 14%, enquanto a quantidade de pessoas que buscaram item similar em outro site ou aplicativo internacional cresceu cinco pontos percentuais, de 6% para 11%. A desistência definitiva caiu de 58% para 42%. 

ICMS também é barreira para importações

Também aumentou, de 32% para 36%, o total de consumidores que deixaram de importar por causa do custo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O percentual de desistência cresce entre as pessoas com ensino superior (48%); os mais jovens (45%); aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (41%); e os que vivem no Nordeste (41%).

Entre os consumidores que abandonaram uma compra internacional por causa do custo do ICMS:

    Aumentou de 26% para 34% o percentual daqueles que procuraram um similar com entrega nacional;

    Caiu de 17% para 14% o total dos que buscaram um similar em loja física;

    Cresceu de 5% para 9% o percentual dos que procuraram comprar um similar de outro site ou aplicativo de varejo internacional;

    Caiu de 51% para 41% o percentual dos que desistiram definitivamente do item.

Frete caro e prazo de entrega demorado também inibem importações

O preço do frete internacional e o prazo de entrega demorado também foram motivos para que boa parte dos entrevistados desistisse de fazer compras internacionais no último ano. 45% dos compradores abandonaram pedidos ao saberem do custo do frete, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em maio do ano passado. 

"Isso pode sinalizar um avanço na racionalidade do consumidor brasileiro na hora da compra, ou seja, a 'taxa da blusinha' trouxe reflexões que antes desapareciam por conta do tamanho da diferença dos preços", afirma Marcio Guerra.

Outros 32% desistiram de comprar em plataformas internacionais ao descobrirem o prazo de entrega do produto. Em maio de 2024, o percentual era de 34%. A desistência sobe para 43% entre aqueles com ensino superior; 40% entre as pessoas de 25 a 40 anos; 39% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos; e 36% entre os moradores da região Sul.

Uso pessoal foi principal motivo para importação

A pesquisa também quis saber qual a finalidade das importações. Três em cada quatro (75%) dos entrevistados disseram que todos os produtos foram para uso pessoal. O número sobe para:

    90% entre os cidadãos com mais de 60 anos; 

    84% entre os moradores do Norte/Centro-Oeste; 

    82% entre os que ganham de um a dois salários mínimos; 

    81% entre as mulheres e aqueles com ensino fundamental completo. 

Por outro lado, apenas 10% dos entrevistados compraram todos os itens para uso no trabalho, percentual maior entre os moradores da região Sul (19%); pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos ou que têm entre 25 e 40 anos (15%); homens (14%) e cidadãos com ensino superior (12%). 

Apenas 2% dos consumidores importaram produtos pensando em revenda.

Sobre a pesquisa - A Nexus entrevistou 2.008 pessoas com idade a partir de 16 anos, no Distrito Federal e nos 26 estados do país, entre 10 e 15 de outubro de 2025. A margem de erro da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. A amostra é controlada a partir de quotas de sexo, idade, PEA (População Economicamente Ativa), região e condição do município. 

Por: SOT/Luiz Felipe Max/CNI - Foto: Iano Andrade/CNI

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