08 de novembro de 2025

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Primeiro enfermeiro surdo do Paraná recebe prêmio estadual de reconhecimento

Ao ingressar no HUOP, em outubro de 2025, Gabriel se tornou o primeiro enfermeiro surdo da instituição.

Primeiro enfermeiro surdo do Paraná recebe prêmio estadual de reconhecimento
© Divulgação

O enfermeiro Gabriel Gollyjewski da Silva, que atua no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), foi reconhecido  pelo Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) com o Prêmio Alice Michaud 2025. A homenagem destaca seu trabalho voltado à acessibilidade e inclusão da comunidade surda no atendimento hospitalar.

Gabriel conta que decidiu seguir a enfermagem motivado pela vontade de tornar o ambiente hospitalar mais acessível à comunidade surda.

 “Sempre admirei muito minha irmã, que é técnica de enfermagem. Vi nela um exemplo de cuidado e pensei que poderia contribuir da mesma forma, mas levando esse atendimento também para quem enfrenta barreiras de comunicação”, explica.

Ao ingressar no HUOP, em outubro de 2025, Gabriel se tornou o primeiro enfermeiro surdo da instituição. 

Na comunicação com os pacientes, o enfermeiro utiliza diferentes recursos, como gestos, expressões faciais e escrita. “O importante é tentar se entender. A empatia faz a comunicação acontecer”, afirma.

Reconhecimento e impacto

O Prêmio Alice Michaud é concedido aos profissionais que se destacam por práticas inspiradoras e humanizadas. Gabriel foi indicado por seu trabalho de atendimento bilíngue (em Libras e português) no setor de maternidade do HUOP, onde acompanha gestantes surdas durante o pré e pós-parto. “Foi uma surpresa e uma emoção receber essa notícia. Esse reconhecimento reforça a importância da acessibilidade na saúde e mostra que o profissional surdo pode contribuir de forma efetiva”, comenta o enfermeiro.

Mas, Gabriel não foi o único a receber o prêmio, no mesmo dia  o técnico em enfermagem Sidnei Moreira de Meireles também foi homenageado, reforçando o compromisso da instituição com a valorização de práticas humanizadas e inclusivas na assistência à saúde.

Ao longo da trajetória, ele afirma ter aprendido que a inclusão se constrói diariamente. “A comunicação vai além das palavras. Está no olhar, no gesto e na vontade de entender o outro. Quando alguém aprende um sinal em Libras, é um passo a mais para um atendimento mais justo e igualitário”, destaca.

O reconhecimento, segundo ele, é coletivo. “Esse prêmio é resultado do trabalho de todos que acreditam na inclusão - colegas, intérpretes e pacientes. A saúde precisa ser um espaço onde todos possam se comunicar e ser compreendidos.”

Para a diretora de Enfermagem do HUOP, Sara Treccossi, o prêmio oferecido aos dois profissionais mostra o avanço institucional “A diversidade na enfermagem reflete a complexidade e a amplitude do cuidado em saúde. Diferentes perfis profissionais contribuem para uma visão mais abrangente das necessidades dos pacientes, que também são únicos e incluídos nessa diversidade”, afirma.

Ela ressalta que o HUOP tem buscado fortalecer uma cultura de acolhimento e respeito às diferenças. 

“No Hospital Universitário, valorizamos e acolhemos essa diversidade, entendendo que ela fortalece a equipe e enriquece o cuidado. Contudo, é fundamental que toda inclusão venha acompanhada de comprometimento, ética e competência técnica, pilares que sustentam a qualidade e a segurança da assistência prestada”, complementa a diretora Sara.

/Assessoria HUOP - Foto: Divulgação

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