Coração na batida certa: Catuaí Cascavel e Procardio realizam evento sobre arritmias cardíacas e morte súbita
Especialista reforça a importância da conscientização e da capacitação do cidadão para realizar manobras de reanimação cardiopulmonar
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no Brasil. A morte súbita, frequentemente causada por arritmias, representa metade dos óbitos causados por falhas cardíacas, com mais de 350 mil casos por ano. O cardiologista, Dr. Alcirley Almeida, da Procardio, clínica localizada no Centro Médico do Catuaí Shopping Cascavel, destacou, em evento realizado no dia 12 de novembro, a importância da conscientização da população sobre mecanismos arrítmicos e da capacitação do cidadão para realizar manobras de reanimação cardiopulmonar.
O que é uma arritmia cardíaca?
A arritmia cardíaca é caracterizada por alterações nos batimentos do coração e representa até 80%% das causas de morte súbita. O cardiologista, Dr. Alcirley Almeida, explica que nem toda arritmia leva à morte, mas qualquer alteração do ritmo do coração ou da frequência cardíaca deve ser acompanhada por um especialista. Dentre os principais sintomas estão palpitações, tontura, desmaios, falta de ar e dor no peito.
Contudo, “muitos pacientes não têm sintomas”, explica Almeida. Em casos nos quais a descoberta da arritmia é acidental, como paradas cardíacas, a presença de um cidadão qualificado — que conhece as manobras de reanimação — é essencial. Para o Dr. Alcirley, esse é o motivo pelo qual ações de conscientização são relevantes: “é por isso que nós promovemos eventos como este, aqui no Catuaí, voltado aos pacientes, ao público e aos estudantes de Medicina. O tempo é vida diante de um paciente inconsciente, e esse suporte básico (reanimação) pode e deve ser feito por todos aqui”.
A morte súbita
“Pouco se fala sobre morte súbita”, afirma o cardiologista, Dr. Alcirley Almeida. Para o especialista, “lugares públicos devem ter uma brigada para situações de parada cardíaca”, e o atendimento imediato nos primeiros minutos é essencial. “A prevenção e o conhecimento sobre primeiros socorros podem salvar vidas”, ressalta o médico.
De modo geral, “qualquer pessoa está sujeita às arritmias cardíacas, independentemente da faixa etária, do sexo ou da condição social e econômica. As arritmias podem acometer, inclusive, recém-nascidos e atletas”, explica o Dr. Alcirley. Os fatores de risco da morte súbita incluem doenças cardiovasculares, histórico de parada cardíaca, fatores genéticos, hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade e dislipidemia (alterações nos níveis de gordura no sangue).
A boa notícia é que a morte súbita pode ser prevenida com acompanhamento médico e atendimento emergencial corretos. As principais frentes de combate à morte súbita são a avaliação cardiológica sistemática, caracterizada por uma triagem cuidadosa com história clínica detalhada, exame físico direcionado e estratificação de risco através de exames complementares apropriados, e o atendimento de emergência: “O acesso rápido à desfibrilação, suporte avançado de vida e cadeias de sobrevivência bem estruturadas podem salvar vidas em eventos agudos”, explica o especialista.
Coração na batida certa
No Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas promove ações, em todo o território nacional, por meio da campanha Coração na Batida Certa. Sendo assim, foi promovido, no Cineflix do Catuaí Cascavel, uma ação de conscientização sobre a importância do conhecimento sobre o tema. Durante o evento, o Dr. Alcirley Almeida e estudantes da Liga Acadêmica de Cardiologia Clínica da Unioeste demonstraram manobras de massagem cardíaca e ensinaram os participantes a usar o desfibrilador externo automático (DEA).
A “Corrente da Sobrevivência”, termo utilizado pelas sociedades científicas, descreve o papel do cidadão ao encontrar uma pessoa inconsciente: o primeiro passo é ter certeza de que a perda de consciência foi causada por uma parada cardíaca — o recomendado é chamar e movimentar o paciente vigorosamente. Os estudantes responsáveis pela palestra explicam que, caso a pessoa não responda e esteja com o corpo “mole”, deve ser iniciada a massagem cardíaca e a reanimação cardiovascular (RCP), imediatamente.
Com os braços esticados e as mãos entrelaçadas posicionadas sobre o tórax (no terço inferior, próximo ao estômago), o peso do corpo é utilizado para simular um batimento cardíaco com compressões de 5 a 6 centímetros de profundidade, em um ritmo de 100 a 120 por minuto, sem interrupções. Enquanto alguém é responsável pela manobra, outra pessoa deve ligar para o Samu, cujo número de telefone é 192. Ao mesmo tempo no qual a RCP é realizada, outro indivíduo deve encontrar o desfibrilador, posicioná-lo no paciente e seguir as instruções do aparelho até a chegada do serviço de emergência.