14 de novembro de 2025

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Empresário acusado de golpes milionários contra produtores rurais em Campo Bonito é preso após meses foragido

O acusado foi detido em parque de Francisco Beltrão; ele responde por mais de 120 acusações de estelionato e prejuízo estimado em R$ 20,3 milhões.

Após meses foragido, o empresário Celso Antônio Fruet, de 72 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (14) em uma ação da Polícia Civil. Ele foi localizado em um parque de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, onde permanece sob custódia. Embora inicialmente a polícia tivesse informado que Fruet seria transferido para Cascavel, o Departamento Penitenciário determinou que ele continue em Francisco Beltrão.

A prisão ocorre no contexto de uma investigação que se arrasta há meses e que levou o Ministério Público do Paraná a denunciar o empresário por 124 ocorrências de estelionato, sendo 38 delas praticadas contra idosos. O prejuízo total estimado ultrapassa R$ 20,3 milhões.

Segundo o MP e a Polícia Civil, Fruet utilizava uma cerealista para atrair produtores rurais da região. Agricultores depositavam grãos — principalmente soja e milho — nos silos da empresa, e o empresário negociava a venda dos produtos, prometendo repassar os valores posteriormente. Mesmo após vender a cerealista a uma cooperativa, Fruet continuava intermediando negociações sem realizar os pagamentos.

Os produtores descobriram a suposta fraude em 21 de julho de 2025, quando foram até a cerealista cobrar seus grãos ou os valores devidos. No local, encontraram silos vazios, escritórios abandonados e equipamentos retirados, o que confirmou o desaparecimento dos bens e acendeu o alerta geral.

As investigações apontam ainda que Fruet se aproveitou da confiança adquirida ao longo de quase 30 anos de atuação no setor cerealista. Um dos métodos usados para atrair vítimas, conforme o MP, era a oferta de preços acima da média de mercado — pagando, por exemplo, R$ 104 ou R$ 105 por saca, quando o valor de balcão girava em torno de R$ 100.

Com a prisão, o caso avança para uma nova fase, e o empresário deve responder na Justiça pelas dezenas de acusações que envolvem produtores prejudicados em diferentes municípios da região.

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/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação/PCPR

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