Produtora do Paraná vence Prêmio ATeG com manejo sustentável no cultivo de morangos
Maria Camila Calixto Fontes, do município de São José dos Pinhais, é destaque nacional ao representar o Sistema FAEP na categoria Agricultura
A produtora de morangos Maria Camila Calixto Fontes, proprietária da Chácara Nelson Pontes, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), venceu o Prêmio ATeG 2025 na categoria Agricultura, promovido pelo Sistema CNA/Senar. A premiação reconhece os melhores resultados alcançados por produtores assistidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em todo o país. A conquista também reconhece o trabalho da técnica de campo Eneida Maria Dolci, que acompanhou a produtora durante a ATeG do Sistema FAEP.
“O resultado alcançado pela Maria Camila representa o propósito da ATeG: levar conhecimento técnico e de gestão ao campo, transformando propriedades em empreendimentos sustentáveis e rentáveis. É um orgulho para o Paraná ver uma produtora se destacar nacionalmente pelo trabalho sério e inovador que realiza com apoio do Sistema FAEP”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Durante a participação no programa, Maria Camila implantou um sistema integrado de monitoramento da produção, com foco em Manejo Integrado de Pragas (MIP), controle climático da estufa e gestão da solução nutritiva. O conjunto de ações trouxe ganhos expressivos em produtividade, sustentabilidade e eficiência econômica, transformando o modelo da produção de morangos.
Com o MIP, a produtora passou a utilizar armadilhas adesivas e a realizar o monitoramento sistemático dos insetos com o auxílio de uma lupa, prática que a tornou mais autônoma na identificação de pragas e inimigos naturais. Com isso, ela reduziu o uso de defensivos, otimizou custos e tornou a produção mais sustentável.
“Antes, eu tomava decisões com base na experiência do dia a dia. Com a assistência técnica, aprendi a usar dados para entender o que realmente acontece na lavoura. Hoje, sei interpretar o que cada número significa e isso me dá segurança para decidir. Aprendi que conhecimento e técnica fazem toda a diferença”, conta Maria Camila, que também adotou práticas de gestão e aprimorou o controle financeiro da propriedade.
Com o controle climático, a produtora passou a definir o momento ideal para podas, ventilação e pulverizações, evitando perdas por estresse e aumentando a eficiência do manejo. Já o acompanhamento de parâmetros para a gestão da solução nutritiva permitiu prevenir a salinização do substrato e garantir maior absorção de nutrientes.
Em apenas um ano, a produtividade aumentou 89%, com incremento de 1.891 quilos de morango na mesma área cultivada. O resultado se refletiu diretamente no desempenho econômico: a renda bruta cresceu 168%, e a margem líquida teve acréscimo de R$ 33,7 mil, revertendo um cenário de prejuízo e elevando o lucro líquido em 474%.
O aprimoramento técnico e gerencial foi fruto de um processo contínuo de capacitação. A produtora participou de diversos cursos do Sistema FAEP, como “Cultivo de morango em substrato”, “Manejo Integrado de Doenças (MID) no morango”, “Cultivo de hortaliças em estufas” e “Hidroponia”.