04 de dezembro de 2025

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Homem preso após transformar fim de relacionamento em escalada de terror contra ex e idosos no Paraná

Prisão preventiva foi cumprida após série de perseguições, ameaças e intimidações que forçaram vítima e familiares idosos a abandonarem suas casas.

A Polícia Civil do Paraná, por meio do 2º Distrito Policial de Ponta Grossa, cumpriu mandado de prisão preventiva contra um homem de 27 anos investigado por violência doméstica, perseguição sistemática e ameaças de morte contra seu ex-companheiro, de 31 anos, e familiares idosos da vítima.

Após o término de relacionamento homoafetivo de seis meses, o investigado iniciou campanha de terror contra a vítima. O comportamento abusivo incluiu perseguição no local de trabalho, com fotografias à distância enviadas para intimidação, e ameaças reiteradas de morte, afirmando que "se não pudesse ficar com a vítima, ninguém mais ficaria".

Bloqueado em contatos telefônicos e redes sociais, o autor passou a utilizar transferências PIX em valores irrisórios (R$ 0,01 a R$ 0,10) para enviar ameaças no campo de descrição, com ameaças diretas ao avô da vítima, de 70 anos, impondo "prazos" para retorno ao relacionamento. Para demonstrar a seriedade das ameaças, compareceu pessoalmente à residência dos avós em Ponta Grossa e posteriormente enviou fotografias da fachada, reforçando que sabia o endereço e poderia voltar a qualquer momento.

A gravidade das ameaças forçou a vítima a fugir emergencialmente de Ponta Grossa. Os avós, de 70 e 68 anos, abandonaram às pressas a residência onde viviam há décadas e se deslocaram para outro Estado, dependendo do acolhimento de familiares. Outros parentes também alteraram suas rotinas por medo de violência.

O investigado criou e-mail falso para continuar as ameaças, reiterando que sequestraria e mataria o avô da vítima caso não houvesse retorno. Afirmou ainda que "mataria toda a família" caso a vítima procurasse as autoridades, visando impedir o acesso aos mecanismos de proteção do Estado.

O autor possui histórico criminal grave, com condenação definitiva por homicídio qualificado e corrupção de menores, cumprindo atualmente pena em regime semiaberto harmonizado com monitoramento eletrônico por tornozeleira. Logo, verifica-se que todos os fatos investigados ocorreram enquanto o homem estava sob monitoramento eletrônico, demonstrando absoluto desprezo pelos mecanismos de fiscalização.

Diante das provas robustas dos crimes de perseguição (artigo 147-A do Código Penal), ameaça (artigo 147 do Código Penal) e outros delitos, e da situação de risco concreto à vida da vítima e familiares, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado. O Poder Judiciário acolheu a representação e o homem foi localizado, preso e encaminhado à cadeia pública local, onde permanece à disposição da Justiça.

O Inquérito Policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público para adoção das medidas cabíveis.

A prisão tem por finalidade interromper a escalada de violência, proteger a vítima e familiares idosos, preservar a instrução criminal e evitar crimes mais graves, inclusive homicídio por motivo relacionado à orientação sexual da vítima. O caso é tratado como grave exemplo de violência doméstica em relacionamento homoafetivo, evidenciando a necessidade de que vítimas LGBTQIAP+ denunciem situações de ameaça, perseguição e agressão.

A Polícia Civil reforça que denúncias podem ser realizadas em qualquer unidade policial ou pelos canais oficiais de atendimento, com garantia de sigilo e proteção à vítima.

/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação

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