Entidades empresariais pedem gestão austera para recuperação financeira dos Correios
Faciap e Caciopar alertam para crise da estatal, defendem corte de gastos, revisão de prioridades e manutenção das agências em funcionamento
A grave situação financeira dos Correios motivou a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) e a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) a emitirem uma nota conjunta encaminhada ao governo federal e a parlamentares. O documento aponta preocupação com o cenário atual da empresa pública e solicita medidas urgentes para sua recuperação.
As entidades reconhecem a relevância histórica e social dos Correios, destacando o papel essencial da estatal na prestação de serviços à população, às empresas e aos municípios, especialmente em regiões onde outras alternativas são limitadas. No entanto, o texto ressalta que a atual condução administrativa tem resultado em desequilíbrio financeiro, com definição inadequada de prioridades e gastos considerados incompatíveis com a realidade da empresa.
A nota também chama atenção para os impactos da crise sobre os funcionários, que enfrentam um período de insegurança em relação a salários, benefícios e condições de trabalho. Segundo as entidades, essa situação compromete diretamente a qualidade dos serviços prestados e gera prejuízos não apenas aos colaboradores, mas a toda a sociedade.
Outro ponto destacado é a avaliação de que o fechamento de agências e a redução de serviços não representam uma solução adequada. Para a Faciap e a Caciopar, essa medida tende a ampliar os prejuízos, sobretudo em cidades menores e regiões dependentes dos Correios para atividades básicas e para o funcionamento do setor produtivo.
Como alternativa, as entidades defendem um processo efetivo de saneamento da empresa, baseado na contenção de gastos, no combate a despesas consideradas desnecessárias, na redefinição de prioridades e no reequilíbrio das contas. A proposta inclui a manutenção das agências em funcionamento, desde que operem de forma financeiramente saudável, eficiente e alinhada às novas demandas dos usuários.
No entendimento das entidades, a continuidade do atual modelo de gestão pode prolongar a crise e aumentar a necessidade de recursos públicos para cobrir prejuízos. Por isso, o documento reforça a necessidade de decisões responsáveis, com foco na sustentabilidade dos Correios, no respeito aos contribuintes, aos funcionários e à trajetória da empresa no país.