1º Fórum da Mulher Servidora debate violência e envolve trabalhadoras de todas as secretarias

O 1º Fórum da Mulher Servidora foi realizado na manhã desta sexta-feira (12) no auditório da Prefeitura de Cascavel. Com o tema “Violência Contra a Mulher”, a ação é inédita e tratou de vários assuntos voltados à mulher, de forma ampla.

“A gente sempre fala em mudança pensando para fora. A gente quer ver a mudança, mas é importante refletirmos que ela começa dentro de nós. Começa inclusive dentro da própria mulher, refletindo sobre esses aspectos. Muitas vezes tem mulheres que confundem o amor, por exemplo, com violência, justificando esse amor com violência. E aí é tarde, muitas vezes, para perceber que isso já não é um amor, é um amor doentio e precisa ser tratado, mas esse tratamento começa pela própria mulher”, enfatizou a a secretária de Planejamento e Gestão, Vanilse da Silva Pohl.

A ação envolveu todas as secretarias municipais. Vanilse lembra que a Prefeitura de Cascavel é composta por quase 90% de seu quadro funcional só de mulheres.

“Todas as secretarias se envolveram nessa ação. Então é importante falarmos sobre isso, adotar esse dia como um dia de reflexão e, sim, as mulheres devem ser as agentes de mudança”, destaca a secretária.

A promotora de Justiça Andrea Frias, da 15ª Promotoria de Cascavel, que atua em casos de violência contra a mulher, lembra que a Lei Maria da Penha já tem mais de uma década e, mesmo assim, a violência tem aumentado.

“Então, é de suma importância [o fórum] para que as pessoas possam enxergar não só aquela violência que deixa marca, porque a violência que deixa marca ela está no topo do iceberg”, observa a promotora.

Andreia explica que tudo começa com a violência psicológica, com a submissão. “Você falar para as servidoras públicas é um alcance imenso de multiplicação, porque ninguém como servidor público tem um alcance tão grande perante a sociedade e, com certeza, muitas dessas mulheres servidoras podem identificar”, observa a promotora.

Ela embra que, muitas vezes, a mulher deixa de denunciar uma violência doméstica porque ela não quer que o pai dos filhos dela acabe preso.

“Esse não é um motivo que deva levá-la a se manter num relacionamento abusivo, então existem várias frentes contra a violência doméstica, a punição é uma delas, não somente”, observa.

Misael Junior, secretário de Cidadania, da Proteção à Mulher e Políticas sobre Drogas, destaca que Cascavel vive um momento especial de valorização da mulher com a realização do fórum.

“Hoje é um dia especial porque vão ganhar informações, fortalecimento dos seus direitos”, diz o secretário.