Para a produção e comercialização de produtos de origem animal é necessário respeitar uma série de protocolos e legislações. São certificações que garantem ao público consumidor o padrão de qualidade e confiabilidade nos processos adotados desde o manuseio da matéria prima até a entrega do produto final em seu destino.
A Lactomesa é a primeira empresa de Toledo a receber da Secretaria do Agronegócio, de Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico, por meio do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIM/POA), o certificado do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite comercializar o seus produtos em todo o território nacional.
A empresa - localizada próxima ao distrito de Ouro Preto de Toledo, a Frios Sul Ltda (Lactomesa) foi certificada no último dia 9 de janeiro de 2025. Desde de 2019 ela possui o registro no Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal (SIM/POA). O principal produto da empresa é o queijo mussarela, mas também produz ricota fresca, queijo tipo provolone fresco defumado e creme de leite cru de uso industrial. Atualmente a produção é, em média, de 2 mil litros de leite por dia. A expectativa é aumentar para 5 ou 6 mil litros/dia.
“Ainda estamos em processo de produção das nossas embalagens para poder comercializar nossos produtos fora do município, pois o SIM/POA só nos permitia a venda em Toledo. Primeiramente estamos focados na qualidade dos nossos produtos, mas já estamos procurando novos clientes em municípios vizinhos”, informou a responsável técnica da empresa, Sheila Cornelius Dresch.
Para obter a certificação, a empresa precisou adequar a sua estrutura física, implantar os programas de autocontrole previstos para a equivalência e capacitou seus colaboradores e fornecedores de matéria-prima. Esse processo foi acompanhado pela equipe da Secretaria do Agronegócio, de Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Toledo, responsável por orientar e realizar a inspeção nos alimentos produzidos no município.
Segundo os técnicos, a empresa tinha dificuldades de vender seus produtos até em redes supermercadistas da própria cidade. Essa é uma realidade de muitas empresas que possuem apenas a certificação municipal. Como algumas redes de mercados possuem um centro de distribuição regional, a nota fiscal acaba circulando em outros municípios. Mesmo que o produto não circule, as questões fiscais já são motivo de impedimento para que a venda aconteça. Com o SISBI-POA, esse tipo de situação deixa de ser um empecilho.
“A empresa vem sonhando com essa certificação já há alguns anos, tivemos que mudar tanto o pensamento quanto a estrutura em relação a qualidade dos nossos produtos. Fizemos muitos investimentos e treinamentos com a nossa equipe. Não foi fácil, mas fomos persistentes e hoje estamos muito felizes e ainda mais animados para dar sequência no nosso trabalho. Em relação a equipe do SIM/POA somos muito gratos pelo conhecimento que eles nos passaram e pela paciência de nos ensinar e mostrar que quando se trabalha certo, seguindo as normas, o resultado vem”, complementa a responsável técnica.
Serviço de inspeção - Existem três tipos de inspeção de produtos de origem animal no Brasil: o Serviço de Inspeção Federal (SIF), Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A atividade é exclusiva do poder público, realizada pelo profissional médico veterinário. Cada empresa deve obter a chancela de acordo com o seu nível de distribuição comercial.
Alerta - O fiscal e coordenador do SIM/POA de Toledo, médico veterinário Guilherme Augusto Destri, alerta sobre a clandestinidade de produtos de origem animal. “Produtos de origem animal clandestinos são aqueles que não são fiscalizados e não têm procedência. O consumo deles pode causar agravos à saúde do consumidor, como por exemplo doenças bacterianas (brucelose, tuberculose, salmonelose entre outras), doenças parasitárias (cisticercose), intoxicações alimentares ou danos à integridade física através da ingestão de corpos estranhos presentes nos alimentos”, explica Destri.
Segundo o médico veterinário, para evitar o consumo de produtos clandestinos, é importante que o consumidor observe a rotulagem do produto a ser adquirido, se há informações sobre a regularização da empresa em algum âmbito de inspeção e fiscalização (federal, estadual, distrital ou municipal).
Via: SOT/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação
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