
A participação do agronegócio no PIB brasileiro representa em média, 20%. No primeiro semestre do ano passado, o PIB do agro chegou a R$ 2,50 trilhões e no terceiro trimestre do mesmo ano, registrou um avanço de 1,26%. Para se ter uma ideia, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) projeta um aumento de 5% no PIB do agronegócio. Tamanha importância não é considerada quando o governo federal anuncia recursos para o crédito e seguro rurais.
Para o diretor-técnico da APEPA (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário), Engenheiro Agrônomo Ricardo Palma, a agricultura precisa de política agrícola, ou seja, regras claras a longo prazo, com taxas de juros mais baixas e compatíveis com o setor . “A Apepa e a AEA-Toledo já encaminharam sugestões ao Plano Safra 2025/26. Precisamos de uma política agrícola com foco na realidade da agricultura e da pecuária”, defendeu. Em relação ao seguro rural, é preciso diminuir o valor do prêmio pago pelo produtor e o aumento da cobertura de produtividade física e financeira, uma remodelação necessária para que o produtor rural possa cobrir os custos da lavoura e assim não ficar inadimplente em caso de frustração climática ou de preços baixos do produto agrícola. “A inadimplência no setor cresceu nos últimos anos, devido às frustrações climáticas e à falta de amparo do governo e cobertura por parte do seguro rural e Proagro”.
A demora na liberação dos recursos do crédito rural pelo governo é um gargalo preocupante, sem contar as elevadas taxas de juros. “São juros subsidiados que variam de 6% a 12% ao ano no custeio e de até 12% nas linhas de investimento”. Os recursos livres do banco chegam a 22% a.a., relata. Para o próximo ano, a expectativa do Plano Safra causa temor, em virtude da taxa Selic de 14,25% anunciada recentemente, com tendência de alta.
A burocracia na liberação de recursos do crédito rural é outro ponto de atenção, segundo o diretor-técnico da Apepa. “O produtor não tem facilidade de acesso. O seguro rural está caro e a cobertura baixa. Em algumas culturas, como a do trigo e milho segunda safra, é inviável contratar custeio com Proagro. As taxas são altas”.
Na visão do Palma, é preciso criar uma legislação que destine pelo menos 5% do PIB nacional para fomentar a agropecuária via crédito rural, a juros fixos, dando garantias ao setor de que o recurso seja provisionado, independentemente do governo que esteja no Poder.
SAFRAS
Ricardo Palma também fez uma explanação sobre a safra de grãos. Em relação a soja, ele considerou uma boa safra na região de Toledo e municípios vizinhos. Segundo ele, a produtividade variou de 100 sacas a 220 sacas por alqueire, totalizando uma média de 150 sacas por alqueire. “Até 25 de dezembro, o clima foi favorável. A partir de janeiro, as chuvas foram escassas. O período de seca provocou perdas entre 40 e 50 sacas por alqueire”. O aspecto negativo é o preço da saca de soja baixo , mas com previsão de aumento no segundo semestre, de acordo com a flutuação do mercado externo oferta/demanda.
Sobre o milho segunda safra, o plantio teve início nos primeiros dez dias de janeiro e se estendeu até o terceiro decêndio de fevereiro. “A safra vem se comportando bem. Faltou chuva em algumas localidades, mas nos últimos dias, tivemos chuva boa, mesmo que com distribuição desuniforme”. Mensurar as perdas, será possível apenas a partir do enchimento de grãos. Em contrapartida, o preço da saca do milho está em ascensão devido ao mercado interno favorável oferta/demanda.
Via: Comunicação APEPA - Foto: Divulgação
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