Parar de fumar é um dos maiores atos de autocuidado
No Dia Mundial Sem Tabaco, o CEONC Hospital do Câncer reforça os impactos do tabagismo na saúde - incluindo os vapes...

Parar de fumar depende de uma escolha. Embora difícil, é uma decisão possível quando se opta pela vida com saúde. E quem consegue vencer o vício, dá a si mesmo uma oportunidade de recomeço. Neste 31 de maio, quando o mundo inteiro volta os olhos para os riscos e impactos do tabagismo, o CEONC Hospital do Câncer de Cascavel também reforça o recado. Abandonar o cigarro, seja ele tradicional ou eletrônico, é um dos maiores gestos de autocuidado.
"Ainda há quem acredite que os cigarros eletrônicos são inofensivos, mas isso não é verdade. Não existe versão saudável de tabaco", alerta a cancerologista cirúrgica do CEONC, Tariane Friedrich Foiato Manetti.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano. Mesmo com campanhas de prevenção, o consumo segue alto e agora se amplia com a chegada dos dispositivos eletrônicos, que escondem riscos graves sob embalagens coloridas e sabores adocicados.
A campanha de 2025, liderada pelo Ministério da Saúde, chama atenção para o marketing agressivo da indústria do tabaco, que mira especialmente o público jovem. “A falta de regulamentação e a promoção desses produtos como alternativas ‘saudáveis’ contribuem para atrair mais pessoas. Precisamos seguir educando e informando sobre os riscos reais do tabaco e seus derivados”, pontua a médica.
Mais de 24 milhões de brasileiros expostos
De acordo com a pesquisa Vigitel 2023, 9,3% da população adulta brasileira ainda fuma - 11,7% entre os homens e 7,2% entre as mulheres. Já a PNS 2019 aponta que 20,4 milhões de pessoas fazem uso de produtos derivados do tabaco, o que representa 12,8% da população adulta.
A situação é agravada pelo uso crescente de vapes, especialmente entre adolescentes, que além de nicotina, contêm outras substâncias tóxicas, com alto potencial de dependência. A presença de nicotina sintética reforça ainda mais esse risco.
Fator evitável de câncer
O cenário é impactante. Estima-se que mais de 80% dos casos de câncer de pulmão estejam diretamente ligados ao cigarro, uma das maiores causas evitáveis.
Mas os danos não param por aí. A nicotina também aumenta o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, pâncreas, bexiga e colo do útero. Além disso, está associada a doenças como tuberculose, infecções respiratórias, úlceras, impotência sexual, infertilidade, osteoporose e catarata, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer. “Com políticas públicas eficazes e apoio contínuo a quem escolhe parar, é possível construir um futuro mais saudável e livre do tabaco”, defende Tariane.
Abstinência é vida
Cada pessoa vive esse processo de forma única, mas os benefícios de parar começam quase imediatamente, segundo a médica do CEONC. Melhora a respiração, a qualidade do sono, devolve o paladar e o humor. A pele ganha mais viço, os dentes clareiam, o odor desaparece. E a economia no bolso se soma à sensação de liberdade e autocontrole.
“Em poucas semanas, a função pulmonar melhora, a tosse diminui e o corpo já começa a se recuperar”, explica a médica. E os ganhos vão além do físico. “Em dois anos, o risco de câncer de pulmão pode cair pela metade. Após 15 anos, esse risco se aproxima do de quem nunca fumou”, detalha.
Esses dados, no entanto, variam conforme o tempo de exposição, a quantidade de cigarros consumidos e a idade em que se iniciou ou interrompeu o vício. “Por isso, quanto mais cedo parar, melhor os resultados para a saúde, pois não se elimina totalmente os riscos”.
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