Cascavel

Inclusão: Câmara de Cascavel recebe escritora Nina Freitas, que vive com distonia generalizada

A vereadora Professora Beth Leal (Republicanos) leu o texto de Nina apresentando su...

26 ago 24 - 13h25 Redação SOT
Inclusão: Câmara de Cascavel recebe escritora Nina Freitas, que vive com distonia generalizada

Nesta segunda-feira (26) a Câmara de Cascavel abriu espaço para o lançamento do livro da escritora Nina Freitas, que escreveu o livro “A cartinha de Deus: uma jornada com a distonia”. A vereadora Professora Beth Leal (Republicanos) leu o texto de Nina apresentando sua trajetória e seu livro, uma vez que as dificuldades trazidas pela doença tornam inacessível que a própria Nina falasse direto ao público.

Acompanhe o relato da escritora:

Eu me chamo Camila, mas sou conhecida pelo apelido de Nina.

Eu tenho uma doença rara que causa movimentos e contrações musculares involuntárias, chamada distonia generalizada. Até as vésperas dos meus 13 anos eu era como qualquer outra garota da minha idade, com sonhos e planos, e no mês que eu ia fazer aniversário tudo mudou na minha vida. 

Comecei com uma certa lerdeza, usando as palavras de uma professora minha à minha mãe, era como se eu estivesse com a cabeça em outro lugar quando falavam comigo, poucos dias depois parecia que minha língua estava travada, até que chegou um dia que eu não conseguia comer, tudo isso foi muito rápido, coisa de uma ou duas semanas. Fiquei internada no HU por 9 dias, os médicos não sabiam o que era, nisso acabei piorando.

Fui pra São Paulo duas vezes, os médicos não deram esperança. Fiquei internada dois finais de ano em Curitiba, só aí que chegaram ao diagnóstico de distonia. Eu já não conseguia mais fazer as coisas básicas para mim mesma.

Ao saber que eu tinha uma doença rara que era praticamente desconhecida (até uns 4 anos atrás eu ia consultar sobre outras coisas e os médicos não sabiam o que era distonia), senti que eu precisava tornar a distonia conhecida, comecei escrevendo textos na internet, passei a gravar vídeos, mas eu precisava fazer algo mais, comecei a escrever um livro.

Não foi fácil porque eu ainda estava me adaptando a minha nova vida, eu ainda ansiava voltar ao que era antes, realizar os meus sonhos. Ao mesmo tempo que eu queria falar da distonia, eu tinha medo de me expor. Era difícil admitir pra mim mesma que eu tinha uma doença que não tem cura. Mas o desejo de ajudar outras pessoas gritava dentro de mim, eu precisava me vencer para poder cumprir o meu papel.

Incontáveis vezes eu escrevi alguma coisa no livro e logo em seguida engavetava o projeto. Foi difícil lutar contra tantos pensamentos de que não daria certo, de que não valeria a pena. Nisso foram 10 anos. Nesse tempo pude curar feridas, amadurecer. Hoje não tenho receio de falar da distonia e de falar de coisas que no começo podem ser incômodas a algumas pessoas, mas que é preciso ser dito.

Eu sei que tenho ajudado muitas pessoas e sei também que este livro ajudará não só a tornar a distonia conhecida, mas em diversas outras áreas da vida de qualquer um.

O livro tem seu foco na distonia, mas ele é um compilado de histórias que aconteceram na minha vida, não é um livro de autoajuda. E o meu maior desejo é que ele chegue ao máximo de pessoas possível.

A mensagem que quero deixar é: lute por aquilo que arde em seu peito, mesmo que seja preciso lutar contra você mesmo. Vai ser custoso, mas vai valer a pena.

Serviço:  O livro pode ser encontrado em todas as plataformas digitais ou pelo contato direto com a autora: 45 9824-9663

Via: Assessoria Câmara Municipal de Cascavel - Foto: Flávio Ulsenheimer


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