
Em vez de anual, como ocorre atualmente, o Plano Safra deveria ser planejado e executado para períodos de quatro anos, defendeu na manhã desta quarta-feira, 5, durante reunião de diretoria da Acic, o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso. Ele foi convidado pela diretoria da associação comercial para explicar sobre o imbróglio envolvendo a liberação de recursos para a safra 2025/2026.
“Se realizado a cada quatro anos, o Plano Safra traria mais segurança e facilitaria o planejamento, principalmente, aos agropecuaristas que têm por missão a produção de alimentos”, afirmou Paulo. O Plano Safra foi criado para disponibilizar taxas diferenciais e subsidiadas à produção agropecuária, porque essa é uma questão vital à segurança alimentar, conforme o presidente do Sindicato Rural. “A finalidade disso é estimular o produtor rural a melhorar continuamente os seus processos, inovar com tecnologias e ampliar a produtividade”.
Sem recurso - Em julho do ano passado, o governo federal anunciou R$ 508 bilhões em recursos para a safra 2025/2026, incluindo R$ 76 bilhões para a agricultura familiar. Mas diante de um cenário de excesso de gastos e de medidas equivocadas, em fevereiro último a União não tinha recursos para a equalização dos juros que é, na verdade, a principal contribuição desse mecanismo de incentivo à produção de alimentos. No jogo das narrativas, o governo tentou jogar a responsabilidade nas costas do Congresso, segundo Paulo Orso, porque esse não votou o orçamento de 2025 na data estimada.
A espera traz outro problema grave: há janelas indicadas para o plantio, para não se correr o risco de perder as melhores épocas para safras com alta produtividade. Como o dinheiro do Plano Safra foi prometido e não veio, muitos pegaram financiamentos para cultivos e agora estão preocupados. Há ainda o agravante de não terem acesso ao seguro agrícola, caso não se respeite o zoneamento agrícola, o que eleva riscos de prejuízos e descapitalização. Nos últimos anos, houve crescimento no índice de inadimplência no campo, entre outros, por fatores climáticos e situações adversas de mercado, mas o cenário agora deverá piorar.
Prioridade - Devido ao que representa para o Brasil e para o mundo, o agronegócio nacional precisa ser prioridade, conforme Paulo Orso. É ele quem garante, há muitos anos, o equilíbrio da balança comercial. É responsável por gerar riquezas, empregos, desenvolvimento e por alimentar cerca de um bilhão de pessoas no mundo. Em regiões onde há cooperativas, a troca de produto por insumos ameniza a situação, mas a expectativa é de solução rápida do quadro.
O governo liberou R$ 4,18 bilhões de forma extraordinária dias atrás, mas o recurso nem de longe é considerado suficiente. “Se o nosso agro começar a sofrer por situações como essa, então teremos realmente um grande problema em mãos”, comentou o presidente da Acic, Siro Canabarro.
Via: Assessoria Acic - Foto: Divulgação
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